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quinta-feira, 8 de outubro de 2009


UMA HOMENAGEM A POETISA MARIA FLOR
Geografia de Mim...


Geografia de Mim...
Um grito na noite deserta, estridente.
Sorriso coagulado, sofrimento.
De repente era marcada minha presença em mim.
Nasci, e a minha vida,
um quase nada,
um rascunho de criança,
tímida e triste...

Chorar, não sei se chorei,
mas é provável que sim.
Chorar sempre foi uma
constante em mim...

A vida indiferente,
jamais teve dó de mim.
Aprendi desde menina:
- Vida noves fora - Vida,
na vida que sempre vivi,
restou eu aqui,
tristeza de mim pra mim.

Já mulher, frente a frente
eu e a vida, travamos
luta renhida.
Pelejamos em campo aberto,
nos batemos, virei fera.
E assim, de encarar a vida,
tornei-me fera incontida.

Coração descompassado,
novidade, raro achado.
Nada me faz perplexa.
O choro foi se esvaindo,
o medo foi se estancando,
e a vida um livro aberto,
aos poucos fui soletrando.

Se bem que às vezes sinto
uma saudade na alma,
uma vontade incontida
de deixar cair as lágrimas.

Mas basta!
O tempo é escasso.
A saudade é madrasta.
Viver é preciso,
Amor necessito...

Maria Flor!

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