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terça-feira, 5 de janeiro de 2010


PAULINO VERGETTI:

Da noite à noite

Do quarto eu avisto a multidão do aperto,
quando estou só diante dessa madrugada
escura e triste,
fria e calada.

Ouço distante o gargalhar do escuro
impuro que arde bem antes do orvalho
e um homem passa assoviando já tarde,
com um passo insone e um outro quedado.

Moro na mesma noite onde os ladrões assaltam
e parte da vida dorme enquanto parte está acordada
e os meus sonhos cantam e o corpo assovia
na dança inconsciente que nutre os bons cios,
antes que o sol me beije e o coração viaje.



Paulino Vergetti Neto

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