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sábado, 5 de fevereiro de 2011



Do lixo ao luxo
Se vestiu de reciclagem da vida, 
pintou os olhos tristes, 
passou batom nos lábios maliciosos...
Escondeu as marcas do tempo,
com cremes industriais, 
tingiu o cabelo de castanho caju...
Diminui a idade, fingiu ser intelectual e articulado...  
Se acha sexy, com a epiderme exposta,
queimada pelo sol de Copacabana,
a tarde sem hidratante...
Epiderme castigada pelo sol a pino, 
Sentado ao lado do grande poeta,
Tentou imitar os seus passos...
Só consegui tirar algumas palavras,
da sua massa cinzenta...
Viu que não era bom nisso o bastante,
para brincar com as palavras...
Não basta ter vontade, tem que ter o dom,
e um bom coração...
Ter afinidades com a inspiração, 
ser um visionário e viajar nas asas da quimera...
Se vestiu de social, encheu os dedos de anéis,
de ouro de tolo e uma corrente com pingente de bijuteria...
Retocou e mascarou o caráter, para não aparecer a índole,
manchada pelo passado vil...
Desceu a ladeira da lapa,
Entre amigos distribuiu panfletos...
Do lixo reciclado fez o luxo, um porta de poesias,
Amigos sejam bem-vindos a revista...
Mais aquele poeta sentado no banquinho a beira-mar,
Ah! Esse não vou deixar entrar me negou inspiração...
Ernane Rezende rabiscador de poesias
Publicado no Recanto das Letras em 05/02/2011
Código do texto: T2773683

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